18 de julho de 2008

Alone...

E se ficar sozinha?

E se nunca encontrar o meu príncipe encantado? Será que serei suficientemente forte para enfrentar uma situação dessas?

Sempre fui uma pessoa de uma metade. Quero com isto dizer que sempre fui alguém à espera de ser completada. À espera de encontrar a minha outra metade.

Já num post anterior me referi que não somos metades, somos seres independentes e completos se assim o quisermos. Hoje sei isso. Hoje posso dizer que sou independente.

Nunca fui pessoa de me imaginar sozinha. De ir a locais passear, de vencer obstáculos sem ter alguém que me dissesse como o fazer.

Hoje, já com um quarto de século completo, vejo que tal maneira de viver era completamente errada. Mas posso confidenciar que não foi fácil chegar a esta paz de alma. Sim, porque quando finalmente conseguimos perceber que não precisamos de mais ninguém para conseguirmos viver as nossas vidas, como seres independentes sentimos uma paz na alma.

Não quero com isto dizer que devemos voltar as costas ao Mundo e viver isolados. Já o outro dizia: "Nenhum homem é uma ilha". Mas sim termos consciência de que apesar da família, dos amigos e do namorado conseguimos levantarmos-nos se esbarrarmos com um obstáculo da vida.

No fundo sermos emocionalmente auto-suficientes.

Confidenciei a um amigo meu que finalmente tinha dado de vez esse salto na evolução. Que neste momento não pensava em namorar com ninguém e que estava bem assim. Ele comentou que já estava assim há uns 3 anos e que não sentia falta de mais ninguém na vida dele. Que queria estar concentrado nas suas coisas, no campo profissional principalmente.

Mas volta e não volta confesso que a minha cabeça volta ao mesmo. E se ficar nesta situação para sempre? E se não encontrar alguém para partilhar a minha vida?

Neste momento penso em ter a minha casa, chegar rodar a chave na porta e não ouvir ninguém. Poder ser livre de ver os programas de televisão que quero, comer o que quero às horas que quero, dançar, saltar, cantar enfim... todas aquelas coisas que uma pessoa pode fazer quando vive sozinha.

Mas isso é neste momento. Sei que vai haver uma altura em que vou esperar na minha casa o ouvir de outra chave a rodar na porta. De partilhar com alguém o meu dia, de partilhar comida (que é coisa que adoro fazer) de tomar banho acompanhada, de trocar mimos e acima de tudo ouvir palavras de carinho e trocar um beijo de boa noite.

Será que todos temos o direito a isso? Será que há pessoas que foram talhadas para viver sozinhas e assim são completamente felizes? E se não formos essa pessoa? Se formos alguém que quer outro na sua vida e não encontrarmos?

Neste momento, estou bem e feliz só. Mas às vezes invade-me o medo de ficar assim para sempre....

20 de março de 2008

És parte de mim...

Há muita gente que passa pela nossa vida... Milhares de pessoas com quem nos cruzamos e nem as vemos, outras tantas que trocamos palavras soltas, "com licença", "obrigada", "tem horas que me diga?". Colegas de escola ou de trabalho com quem temos conversas triviais. Amigos que saímos para uns copos e falamos dos nossos problemas e da nossa vida. E depois há aquelas pessoas que fazem parte de nós...

Pessoas que por um motivo ou outro entraram nas nossas vidas. E nunca chegam a sair... Mesmo que estejam separadas por várias dezenas de quilómetros, separadas por ideias, separadas por opção... longe da vista mas não do coração.

Há um pequeno número de pessoas que fazem parte de nós. Que por qualquer razão alteraram o nosso DNA emocional, mental. São aqueles e aquelas que fizeram com que a nossa vida seguisse determinado percurso. Que nos deu força para avançar, que nos fez pensar melhor e recuar em determinadas escolhas. Que nos proporcionou os melhores momentos da nossa vida e muitas vezes os piores também.

São aquelas que nunca são esquecidas. Aquelas que por vezes ao vermos determinadas coisas ou estarmos em determinadas situações nos lembramos delas.

Gosto de pensar com carinho nas pessoas que passaram na minha vida e ficaram. E ficarão sempre. Estando longe ou perto. Fale ou não com elas. Veja-as muitas, poucas ou nenhumas vezes. Gosto de pensar no que aprendi com elas. No que me ensinaram. No apoio que me deram em determinadas alturas dificieis. Na melhor pessoa que me ajudaram a ser, embora talvez nem se apercebam disso.

Gosto de pensar nos bons momentos que passámos juntas. Nas nossas gargalhadas, nas nossas viagens, passeios, jantares, pequenos-almoços... Nas noites que passamos juntas... Nos presentes que trocamos... os monumentos que visitámos... nas quedas que demos literalmente! :) Nos momentos em que conseguimos alguma coisa que queríamos muito... Nas vitórias que partilhámos...

Às vezes lembro-me também dos momentos menos bons, em que sofremos, discutimos, chorámos... Alguns desses momentos são cicatrizes... Curadas mas estão lá...


Sim... há pessoas que entram e saem das nossas vidas... Há pessoas que ficam sempre...

São pessoas que nos ensinaram a ser maiores, a querer mais para nós! Que nos ajudaram a aperfeiçoar a nossa maneira de ser. Que de alguma forma nos transformaram...

Amigos, amigas, namorados, aquela pessoa que vimos na televisão, aquele personagem de um livro... Alguém que nos fez pensar... e mudar.

Sem dúvida que eu não seria a mesma pessoa que sou se não me tivesse cruzado com as pessoas que cruzei.

Todas essas pessoas no fundo... fazem parte de mim...

23 de janeiro de 2008

A crise após os 7 anos...

É efectivo... Por incrível que pareça apercebi-me à pouco tempo que há uns tempos atrás fez cerca de 7 anos em que pela primeira vez não estou apaixonada por ninguém.
Ou seja durante os últimos 7 anos que passaram estive sempre com o meu coração ocupadinho.

Agora é estranho ver que esse espaço que esteve sempre ocupado está vazio. Sou uma romântica incorrigível, não o posso negar. E é incrivelmente esquisito olhar para o meu futuro e não conseguir imaginar as coisas que antes imaginava.

Aquele conforto de termos em mente um determinado rosto. E que é com essa pessoa que pensamos comprar casa, estar ao nosso lado quando as coisas não correm bem, ser o nosso ombro onde podemos chorar baba e ranho. Aquela pessoa que já imaginamos que vai ficar careca e já quase conseguimos ver onde vão aparecer as primeiras rugas ou aquela barriguinha.

Enfim, ter aquela sensação que é com aquela pessoa que vamos e queremos envelhecer.

Quando isso já não existe, (após a torturante fase de fim de relação) fica um vazio estranho.

Sentimo-nos mais sós, ao mesmo tempo mais independentes e talvez com um bocadinho de medo.

Viver a vida "sozinha" revelou-se nos primeiros tempos complicada. Sente-se falta de ter a quem ligar antes de deitar para ouvir um boa noite. Sente-se falta ligar a alguém simplesmente para conversar sobre nada. Sente-se falta de ouvir-mos aquela pessoa dizer que vai ficar tudo bem. Que estamos lindas quando acordamos de manhã. Que somos lindas, mesmo quando estamos gordas ou magras demais. Enfim... Acho que poderia fazer uma lista de coisas imensas que se sente falta.

Com o passar do tempo essas coisas vão deixando de fazer falta. O ideal é no inicio arranjar-mos coisas para fazer. Mantermo-nos ocupadas. Se forem como eu no inicio nada vos vai conseguir fazer deixar de pensar que estão sós.

Mas passa, dói que se farta, mas acaba por passar. O vazio não desaparece, vai estar lá sempre, enquanto acreditarmos que pode um dia vir a ser preenchido por alguém. Apenas deixamos de reparar tanto nele.

E quando se está assim sozinha, pela primeira vez em tanto tempo... Crescemos... Evoluímos... Aprendemos a viver só connosco. Lutamos nós pelos nossos objectivos... e aprendemos... aprendemos tanto...

Apesar disso, há sempre os amigos. Os bons amigos que nos aturam nos momentos mais difíceis.

E aprendemos que sozinhas conseguimos o mesmo...

Um obrigada sincero a todos os meus amigos!