19 de setembro de 2010

Promessas


Não gosto que me façam promessas.

Principalmente aquelas promessas que começam com um "Um dia..." ou um "Se..."

Essas promessas não têm prazo de validade, "um dia" poderá ser qualquer dia, um "Se..." poderá sempre vir a acontecer.

Promessas são como alfinetes que nos prendem em determinada teia temporal. É um vórtice que se alimenta de esperança. E assim, colados no dia em que essa promessa foi feita, esperamos, esperamos que o tal dia chegue, que o tal "se" se torne uma realidade e deixe de ser uma suposição.

Prefiro que guardem as promessas para quando esse "um dia" seja o de hoje, e o "se" não seja mais uma suposição mas uma realidade concreta. Aí não há necessidade de prometer, aí é só dar.

Até lá uma pessoa não, espera, ansiosa esperançosa que o dia chegue.

Porque muitas vezes esse dia não chega e o se não deixa de ser nunca de ser uma suposição.

Mas o pior é quando o dia e o se chega e se realizam e a promessa não se cumpre. E percebemos, que no minuto seguinte a ser prometida, nunca foi sentida.

E o tempo que esperámos, e lutámos e aguardamos ansiosamente para que tudo se juntasse magicamente para que a promessa pudesse ser cumprida, foi em vão.

Tenho rancor das pessoas que prometem sem terem intenções de cumprir e depois seguem a vida como se nada tivesse acontecido. Com o passar do tempo também o rancor passa e fica apenas a indiferença e a sensação de ridículo de ter acreditado que alguma vez tal promessa se fosse cumprir. E fico com pena. De ter desperdiçado o meu tempo, a minha energia e a minha devoção numa promessa que expirou o prazo de validade mal acabou de ser pronunciada.

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