20 de outubro de 2010

Tempo

Li um artigo (penso que na Super Interessante), que uma pessoa tem a noção mais exacta do tempo real entre os 20 e os 25 anos.

Que quer isto dizer? Que antes dos vinte anos o tempo em média parece que demora mais tempo a passar e que após os 25 o tempo em média parece passar mais rápido do que exactamente demora. Esta aceleração irreal das horas e dos minutos aumenta com o passar da idade.

Coincide com o que sempre ouvi dizer, aproveita que a partir dos 25 é vê-los a passar. E passam. Até os tempos mortos passam mais depressa do que outrora.

Os dias são preenchidos com diversas actividades e mesmo assim não fizemos tudo o que tínhamos programado. E tudo o que fizemos foi feito à pressa.

O tempo, essa dimensão que tanto nos afecta no dia a dia, mas que não podemos ver nem tocar, dizemos que nos vai escapando entre os dedos.

As estações estão cada vez mais coladas umas às outras, são também mais curtas. Já não nos fartamos tão depressa do calor, nem tão depressa de andar com muitas camadas de roupa. O Natal parece que já não fica a um ano de distancia do seguinte. O ano novo começa a perder aquela sensação de que nos espera algo completamente diferente. Já sabemos o que se vai repetir. Já percebemos a engrenagem da vida e que tudo funciona em ciclos.

E é então que nos apercebemos, que os grandes acontecimentos não estão nos grandes eventos. É quando nos sentamos numa esplanada e apreciamos o café. É quando acordamos antes da pessoa que dorme ao nosso lado e a contemplamos por minutos. É quando vemos um pardal na nossa janela. É quando ouvimos uma musica que gostamos. 

Dizer que a vida é feita das pequenas coisas é um cliché. Mas não deixa de ser verdade.

1 comentário:

Morcegos no Sótão disse...

Não sabia dessa de nós entre os 20 e os 25 termos uma percepção mais real do tempo... Mas se assim for, é assustador.

Espero continuar a conseguir apreciar momentos em vez de os deixar passar. ;)

MJNuts